PALAVRAR: no quintal das ilusões

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Caro leitor, pronto para a travessia? Você e este livro se encontrarão numa das encruzilhadas desta vida. Mas é também nos desencontros que nos tornamos seres. Travessia, palavra que, talvez, resuma nossa existência, e veredas, nossos desenredos. Deixe, então, que os deuses líricos te guiem! Palavrar: no quintal das ilusões não é um livro comum, é feito para quem gosta de pensar em como as coisas não são, é feito para quem gosta de sentir o vento entre árvores, ou pela janela de um veículo que cruza os “arranha-céus” dos “desacertos d’alma”. Seu talentoso autor, Tiago Anjos, poderia dizer-lhe: “é um livro para se lê num gole de vinho, ou por doses homeopáticas”, seja como queira e necessite, devo adverti-lo: o fará por mais de uma vez! Pois, a obra que tens em mãos nasceu como nasce a boa arte, para dar mais sentido à vida! Quiçá, por isso, encontremos nela uma espécie de “confusão ordenada”, em que o eu-lírico busca o equilíbrio necessário, forjando-se de memórias, como se vê em um de seus poemas Versos para uma Rosa: “eram os cabelos de minha vó,/ alvos de tudo guardarem,/ nas horas sem temores do vento/ ao crepúsculo”, as lembranças são reveladas em cada recanto da casa envelhecida ou nos cabelos brancos da avó, há algo a se aprender com “ela ria-se da vida, com seu sério rigor”. Fernando Pessoa e Guimarães Rosa em um só poema, dois dos poetas grandiosos na voz e no labor de um jovem poeta que traz em si uma sabedoria antiga, que enxerga os detalhes da existência, por onde o vento possa lhe levar sentidos. Outro tema recorrente em poemas de Palavrar é o da metalinguagem, como se a própria poesia falasse de si, não o poeta dele mesmo: “São jogos, as palavras…/ E se faz poemas como se/ fazem lágrimas”. A poesia é o espelho da alma, e ela diz: “meu sangue doado a outros”, o eu-lírico é uma espécie de herói íntimo, quando ele consegue nos alcançar, salva-nos de nós mesmos, mas também nos põe no olho da guerra, porque, no final, ainda somos sós, como são os sóis. E mesmo nesse inevitável caminho solitário, pulsa a necessidade do outro: “havia dias que a ideia de ser transbordou-me,/ mas sei que os outros andam a sonhar quem sou”, o que somos, assim, não cabe nos olhos dos que nos veem, se não nos enxergam. Dito isso, sensível leitor, saiba que o medo do amanhã que “traceja o pavor dos depois”, é fruto do “fim inevitável dos começos”, pois que tudo é efêmero, e se há alguma eternidade, comecemos, então, por Palavrar…

Roberto S. Queiroz, Mestre em Estudos Literários (UEFS), autor de A paisagem cinza dilacerada (Mondrongo, 2015), O inverso do sopro (Mondrongo, 2018) e Enquanto nos devoramos (Caravana, 2022), entre outros.

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